Uma pitada de frustração.
Uma xícara de chá de nostalgia.
Uma colher de sopa de tensão.
Ansiedade a gosto.
3 quilos de saudade.
Uma xícara de chá de nostalgia.
Uma colher de sopa de tensão.
Ansiedade a gosto.
3 quilos de saudade.
Coloque tudo isso dentro de uma pessoa, misture bem até ela
ficar bastante confusa e um pouco perdida e espere. Espere ela ter um ataque
nervoso, espere ela ficar desolada. Depois disso os ânimos vão se acalmar e
você verá a saudade crescer. Espere mais um pouco. Dentro de um ano, mais ou
menos, a receita fica pronta. E a última temporada também.
Não consigo expressar meus comentários como muita gente que
eu vi por aqui, “foi a melhor season finale!” ou “temporada ruim, muito óbvia”,
ou ainda “muito clichê, não gostei”. A temporada teve seus altos e baixos,
talvez seja injusto analisar holisticamente. Prefiro separar o joio do trigo e
ver o que poderíamos aproveitar para a próxima e o que deveríamos esquecer pra
sempre.
Acredito que uma boa palavra para descrever este episódio é:
desespero.
Eu vejo a série como uma constituição de legos. Eu vejo os
produtores como aquelas crianças teimosas, mas também criativas, que pegaram
uma obra bem elaborada de legos e jogaram no chão, espalhando as peças para
todos os lados. Nesse panorama, então, temos a sétima temporada. Temos o
desespero de fazer com que a Deb aceite Dexter, o desespero de abafar o caso do
BHB, o desespero de encontrar uma nova esposa pra Dexter, para manter os
coadjuvantes com histórias paralelas, de trazer um novo serial killer, etc.
Frustração.
Achei que o episódio fosse ter bastante coisa do Doakes, mas o nome não condisse tanto com os acontecimentos do episódio.
Confesso que fiquei frustrado ao saber que a Hannah foi a
responsável pelo acidente da Deb. Primeiramente porque eu realmente me apeguei
à fala da tenente, que disse que faria tudo para proteger seu irmão, e também
porque achei incoerente da parte da loira inferir que a Deb ia tomar os
ansiolíticos antes de dirigir, que ela estaria em alta velocidade (pois se
apagasse em uma semáforo, por exemplo, nada aconteceria), e que Dexter não
descobriria. Não é muito o estilo da Hannah. Além disso, fiquei triste com a
incriminação dela, mas entendo que esse foi o meio que os roteiristas
encontraram para fortalecer a união entre Dexter e a Deb, e espero que ela
tenha ido para a Argentina viver feliz lá.
Destaque para a cena que ela morde o lábio do Dex!
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Olha essa carinha, que fofa! |
Outra coisa que me frustrou foi a morte da LaGuerta.
Humanamente, eu queria que ela morresse, mas acredito que a série seria mais
interessante se ela continuasse na série. Se ela fosse despejada do trabalho,
considerada louca e que isso fosse a motivação da última temporada. Apesar de
muita gente ter achado o final previsível, eu me surpreendi. Me surpreendi
porque achei que fosse ser mais complexo que isso, mas fazendo jus à sétima temporada,
foi mais uma atitude de desespero que de genialidade.
Nostalgia.
Dexter ter armado para que a LaGuerta o acusasse de ter
matado Hector Estrada foi GENIAL! Eu sentia falta de me sentir enganado pelos
acontecimentos! Eu realmente pensei “FERROU!”, mas foi apenas uma maneira de
Dexter se livrar. Não esperava que tivesse esse desfecho, e sinceramente pensei
que isso fosse refletir na relação com a LaGuerta na 8° temporada.
“Você está tão machucada. Com raiva, com medo. Você era a
parceira dele, sua tenente, sua amante.” Sentia falta do Dexter cínico e
manipulador!
Outra coisa que eu sentia falta era de ver o tesão que
Dexter tem pelo trabalho. A forma com que ele descreveu os métodos do
assassino, para o sargento Doakes foi brilhante, teatral! Tenho certeza que
todos vocês gostaram também!
Tensão
Sério que a gente vai passar um ano inteiro se perguntando O que fizeram com a LaGuerta e Estrada?,O que acontece com as câmeras de
segurança do posto?, Será que a Hannah volta?, Todo mundo viu que a capitã
estava atrás do Dexter, ninguém vai desconfiar dele? E o GPS que liga Dexter e
Deb ao assassinato de Travis?
Esses pontos abertos dão chance de a oitava temporada ser
muito boa! Apesar de eu diversas vezes não gostar dos episódios, ou me
decepcionar com Dexter, eu continuo esperançoso pelos próximos acontecimentos.
Esses dois últimos episódios mostraram que os roteiristas ainda são capazes de
levantar a série.
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Há quem diga que eles estavam de mãos dadas! |
Ansiedade
Quando eu penso na Deb, eu fico ansioso. A personagem é
certamente a mais complexa do seriado, a que mais traz carga emocional para o
episódio.
Se o seriado se chamasse Debra,
eu acharia o final fantástico! Porque ela resolveria os anos de desavenças com
a LaGuerta com um tiro no coração da capitã. Mas como eu esperava algo do
Dexter, eu me frustrei um pouco e estou ansioso pelo futuro da Deb.
Podem me chamar de louco, mas os roteiristas gostam de
remeter ao passado do Dexter. Lembram quando ele encontrou o Harrison perto da
banheira da Rita? Eu vi a mesma coisa acontecer com a Deb, neste episódio. Ela
poderia ter deixado Dexter dar um jeito na lagarta, mas ela preferiu fazer isso
com as próprias mãos (ou arma). O fato de ela ter escolhido fazer isso, e de
estar em um contêiner... vocês acham que significa alguma coisa? Será que
teremos a Deb assassina? Não digo uma serial killer que mate por prazer, mas
alguém que é capaz de fazer o que for preciso para se proteger e proteger seu
irmão.
Achei muito bom o cenário, a metáfora.
Esperava uma saída de mestre. Até mesmo na terceira
temporada houve essa saída de mestre, com a morte do “esfolador”, mas deu no
que deu.
No geral, eu daria um 9 para o episódio, e 7 para a
temporada.
Já estou com saudades, não sei o que farei Domingo que vem.
Até mais, Dexterous.
Por: @Gabrielbarros42